História e origem da raça

A raça Mangalarga Marchador é tipicamente brasileira e surgiu há cerca de 200 anos, na Comarca do Rio das Mortes, no Sul de Minas, através do cruzamento de cavalos da raça Alter – trazidos da Coudelaria de Alter do Chão, em Portugal – com outros cavalos, selecionados pelos criadores daquela região de Minas Gerais.

História e origem da raça
A base de formação dos cavalos Alter é a raça espanhola Andaluza, cuja origem étnica vem de cavalos nativos da Península Ibérica, germânicos e berberes. Os cruzamentos dessas raças deram origem a animais de porte elegante, beleza plástica, temperamento dócil e próprio para a montaria. Os primeiros exemplares da raça Alter chegaram ao Brasil em 1808, com D. João VI. Os cavalos dessa raça eram muito valorizados em Portugal, e a família real investia em coudelarias (haras) para o aprimoramento da raça. Minas Gerais já se destacava como centro criador de equinos desde o século XVIII, e a chegada dos cavalos da raça Alter veio aprimorar ainda mais seus criatórios.
O Mangalarga Marchador teve como berço a fazenda Campo Alegre, no Sul de Minas. Ela pertencia ao Barão de Alfenas, a quem é atribuída à responsabilidade pela formação da raça. Outro fazendeiro importante na história do Mangalarga Marchador foi José Frausino Junqueira, que aprendeu a valorizar os cavalos marchadores por serem resistentes e ágeis para transportá-lo em suas longas jornadas. Há várias versões para o nome Mangalarga Marchador, mas a mais consistente está relacionada com a fazenda Mangalarga, localizada em Pati do Alferes, no Rio de Janeiro. O nome da fazenda era o mesmo de uma serra que existia na região. Seu proprietário um rico fazendeiro que, impressionado com os cavalos da família Junqueira, adquiriu alguns exemplares para os passeios elegantes, realizados no Rio de Janeiro.

Quando alguém se interessava pelos animais, ele indicava as fazendas do Sul de Minas. As pessoas procuravam os fazendeiros, perguntando pelos cavalos da fazenda Mangalarga, e esta referência se transformou em nome. Já o nome Marchador foi acrescentado pelo fato de alguns daqueles cavalos terem a função de marchar, em vez de trotar.

Padrão racial e pelagens especiais

Aparência geral

Porte médio, ágil, estrutura forte e bem proporcionada, expressão vigorosa e sadia, visualmente
leve na aparência, pele fina e lisa, pelos finos, lisos e sedosos, temperamento ativo e dócil.

Altura

Machos: a ideal é de 1,52m, admitindo-se para o registro definitivo a mínima de 1,47m e a máxima de 1,57m.

Fêmeas: a ideal é de 1,46m, admitindo-se para o registro definitivo a mínima de 1,40m e a máxima de 1,54m.

Cabeça

Cabeça e pescoço padrão da raça.

  • Forma: triangular, bem delineada, média e harmoniosa, fronte larga e plana;
  • Perfil: retilíneo na fronte e de retilíneo a subcôncavo no chanfro;
  • Olhos: afastados e expressivos, grandes, salientes, escuros e vivos, pálpebras
    finas e flexíveis;
  • Orelhas: médias, móveis, paralelas, bem implantadas, dirigidas para cima,
    de preferência com as pontas ligeiramente voltadas para dentro;
  • Garganta: larga e bem definida;
  • Boca: de abertura média, lábios finos, móveis e firmes;
  • Narinas: grandes, bem abertas e flexíveis;
  • Ganachas: afastadas e descarnadas.

Pescoço

De forma piramidal, leve em sua aparência geral, proporcional, oblíquo, de musculatura forte, apresentando equilíbrio e flexibilidade, com inserções harmoniosas, sendo a do tronco no terço superior do peito, admitindo-se, nos machos, ligeira convexidade na borda dorsal – como expressão de caráter sexual secundário – crinas ralas, finas e sedosas.

Tronco

  • Cernelha: bem definida, longa, proporcionando boa direção à borda dorsal do pescoço;
  • Peito: profundo, largo, musculoso e não saliente;
  • Costelas: longas, arqueadas, possibilitando boa amplitude torácica;
  • Dorso: de comprimento médio, reto, musculado, proporcional, harmoniosamente ligado à cernelha e ao lombo;
  • Lombo: curto, reto, proporcional, harmoniosamente ligado ao dorso e à garupa, coberto por forte massa muscular;
  • Ancas: simétricas, proporcionais e bem musculadas;
  • Garupa: longa, proporcional, musculosa, levemente inclinada, com a tuberosidade sacral pouco saliente, e de altura não superior à da cernelha;
  • Cauda: de inserção média, bem implantada, sabugo curto, firme, dirigido para baixo, de preferência com a ponta ligeiramente voltada para cima quando o animal se movimenta. Cerdas finas, ralas e sedosas.

Membros Anteriores

Morfologia do padrão da raça.

  • Espáduas: longas, largas, oblíquas, musculadas, bem implantadas, apresentando amplitude de movimentos;
  • Braços: longos, musculosos, bem articulados e oblíquos;
  • Antebraços: longos, musculosos, bem articulados, retos e verticais;
  • Joelhos: largos, bem articulados e na mesma vertical do antebraço;
  • Canelas: retas, curtas, descarnadas, verticais, com tendões fortes e bem delineados;
  • Boletos: definidos e bem articulados;
  • Quartelas: de comprimento médio, fortes, oblíquas e bem articuladas;
  • Cascos: médios, sólidos, escuros ou claros e arredondados;
  • Aprumos: corretos.

Membros Superiores

  • Coxas: musculosas e bem inseridas;
  • Pernas: fortes, longas, bem articuladas e aprumadas;
  • Jarretes: descarnados, firmes, bem articulados e aprumados;
  • Canelas: retas, curtas, descarnadas, verticais, com tendões fortes e bem delineados;
  • Boletos: definidos e bem articulados;
  • Quartelas: de comprimento médio, fortes, oblíquas e bem articuladas;
  • Cascos: médios, escuros e arredondados;
  • Aprumos: corretos.

Membros Superiores

  • Coxas: musculosas e bem inseridas;
  • Pernas: fortes, longas, bem articuladas e aprumadas;
  • Jarretes: descarnados, firmes, bem articulados e aprumados;
  • Canelas: retas, curtas, descarnadas, verticais, com tendões fortes e bem delineados;
  • Boletos: definidos e bem articulados;
  • Quartelas: de comprimento médio, fortes, oblíquas e bem articuladas;
  • Cascos: médios, escuros e arredondados;
  • Aprumos: corretos.

Ação

  • Passo: andamento marchado, simétrico, de baixa velocidade, a quatro tempos, com apoio alternado dos bípedes laterais e diagonais, sempre intercalados por tempo de tríplice apoio.
  • Características ideais: regular, elástico, com ocorrência de sobrepegada; equilibrado, com avanço sempre em diagonal e tempos de apoio dos bípedes diagonais pouco maiores que laterais; suave movimento de báscula com o pescoço; boa flexibilidade de articulações.
  • Galope: andamento saltado, de velocidade média, assimétrico, a quatro tempos, cuja sequência de apoios se inicia com um posterior, seguido do bípede diagonal colateral e se completa com o anterior oposto.

Características ideais: regular, justo, com boa impulsão, equilibrado, com nítido tempo de suspensão, discreto movimento de báscula com o pescoço, boa flexibilidade de articulações.

Andamento

Tríplice Apoio

  • Marcha: andamento marchado, simétrico, a quatro tempos, com apoio alternado dos bípedes laterais e diagonais, sempre intercalados por momentos de tríplice apoio.
  • Características ideais: regular, elástico, com ocorrência de sobrepegada ou ultrapegada, equilibrado, com avanço sempre em diagonal e tempos de apoio dos bípedes diagonais maiores que laterais, movimento discreto de anteriores, descrevendo semicírculo visto de perfil, boa flexibilidade de articulações.

Pelagem

A predominante é a Tordilha, seguida da castanha.